Depois das crianças perderem a mamãe e eu a esposa, me vi numa situação em que ressignificar a dor que nós sentíamos seria a melhor maneira de enfrentá-la. Quando tudo aconteceu a Mariana tinha recém feito um ano e o Pedro estava com 3. Eu precisava ser emocionalmente forte para que tudo pudesse correr da melhor forma possível, apesar do acontecido.

Passei então a agir com mudanças de pensamentos, comportamentos e hábitos de vida. Colocando como propósito a transformação do ambiente envolta dos meus filhos, trazendo alegria, superação e felicidade com todos os desafios que iríamos enfrentar. A experiência foi tão boa que amigos e familiares me incentivaram a compartilhar essa história. A história do que fazer com as dificuldades que a vida nos oferta.

Como muitos de nós, eu não sabia que era tão forte e determinado a vencer. Admirava nos outros esta capacidade e não via em mim. Com o tempo, fui entendendo que todos temos esta capacidade de enfrentar toda e qualquer fase com adversidades na vida.

Portando, foi confiando na preparação que a vida já me forneceu anteriormente, pois perdi meu pai aos 16 anos de forma trágica, junto com as diversas dificuldades da infância, que me tornaram uma pessoa mais preparada para ser o “Papai em dobro”.